Oração da Serenidade

"Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; Coragem para modificar aquelas que posso; e Sabedoria para conhecer a diferença entre elas. Vivendo um dia de cada vez; Desfrutando um momento de cada vez. Aceitando que as dificuldades constituem o caminho à paz. Aceitando, como Ele aceitou, este mundo tal como é, e não como Ele queria que fosse. Confiando que Ele acertará tudo contanto que eu me entregue à Sua vontade. Para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida e supremamente feliz com Ele eternamente na próxima. Amém."

"Eu me entrego, com todos os meus problemas e com todos os que eu amo, bem como nossos futuros, nas mãos de Deus, e Nele confio."

"Não mostre ao seu Deus o tamanho do seu problema, mostre ao seu problema o tamanho do seu Deus"

Vida não precisa ter medo, basta ter cuidado!

"Se você for esperar pelo motivo certo para fazer alguma coisa, nunca faz nada."

(J)usto (E)special (S)alvador (U)nico (S)abio.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Quem não dá assistência, abre concorrência - Arnaldo Jabor

"Você homem da atualidade, vem se surpreendendo diuturnamente com o "nível" intelectual, cultural e, principalmente, "liberal" de sua mulher, namorada e etc.

Às vezes sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele medo de ser traído - ou nos termos usuais: "corneado". Saiba de uma coisa... esse risco é iminente, a probabilidade disso acontecer é muito grande, e só cabe a você, e a ninguém mais evitar que isso aconteça ou, então, assumir seu "chifre" em alto e bom som.

Você deve estar perguntando porque eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos.

Mas o que seria uma "mulher moderna"?

A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...

É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...

É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...

Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer...

Assim, após um processo "investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior:

VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", a menos que:

- Nunca deixe uma "mulher moderna" insegura. Antigamente elas choravam. Hoje, elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.

- Não ache que ela tem poderes "adivinhatórios". Ela tem de saber - da sua boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.

- Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol...) mais do que duas vezes por semana, três vezes então é assinar atestado de "chifrudo". As "mulheres modernas" dificilmente andam implicando com isso, entretanto elas são categoricamente "cheias de amor pra dar" e precisam da "presença masculina". Se não for a sua meu amigo... bem...

- Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele ex bom de cama é grandessíssimo.

- Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As "mulheres modernas" têm um pique absurdo com relação ao sexo e, principalmente dos 20 aos 38 anos, elas pensam em - e querem - fazer sexo todos os dias (pasmem, mas é a pura verdade)...bom, nem precisa dizer que se não for com você...

- Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é????

Nem pense em provocar "ciuminhos" vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.

- Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um "chifre" tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS "comedor" do que você...só que o prato principal, bem...dessa vez é a SUA mulher.

Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora. Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece...Quando você reparar... já foi.

- Tente estar menos "cansado". A "mulher moderna" também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - "dar uma", para depois, virar pro lado e simplesmente dormir.

- Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em "baladas", "se pegando" em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A "mulher moderna" não pode sentir falta dessas coisas...senão...

Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão "quem não dá assistência, abre concorrência".

Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas "mancadas"... proteja-a, ame-a, e, principalmente, faça-a saber disso.

Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele "bonitão" que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!"


(Imagem: www.kdfrases.com)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Saudades-perpétuas - Lisiane Forte

Escrevo-te estas palavras para que saibas que hoje cedinho vi Maria.
Se tu vieste pelas bandas de cá, não iria reconhecê-la, porque mudou.
Maria está madura e carrega no rosto uma expressão diferente daquela moça que deixaste.
Maria vende frutas no mercado e carrega Teresinha para todos os lados.
Esta carta te mando através do João, que chega esses dias por aí. A propósito, espero que tenha agasalhos de sobra, porque ele não está acostumado com o frio que te assola. Podes enviar-me especiarias por ele? Hoje faço temperos, não mais temperamentos.
Lembrei de algo importante. Terás um sério problema para falar comigo, caso decidas escrever-me. Não sei o endereço deste novo lugar. Depois que partistes, em busca de teus ideais, venho a sofrer de amnésia. 
Agora de Maria, eu lembro. E como ela mudou.
Maria vive feliz e tira o seu sustento da terra onde mora. Ela vende as mais suculentas frutas dos campos do sul da nossa região.
Alguns dos nossos vizinhos dizem que Maria anda de pés descalços pelos terrenos secos e pedregosos das nossas colinas, colhendo suspiros-brancos-do-monte e saudades-perpétuas.
Termino aqui, pedindo a ti que não tenha mágoas de Maria, pois quem foi embora fostes tu.
E se encontrares Lúcia, dê-lhe um oi da minha parte. Caso não encontres, não precisas dizer nada. Adeus. Não se esqueças de mandar saudades a todos.

Saudades-perpétuas, cultivadas no Sul de Portugal

Lisiane Forte
Blog:  
http://esferadaalma.blogspot.com.br/

sábado, 1 de fevereiro de 2014

CURSO SÓ PARA HOMENS - INSCRIÇÕES ABERTAS - "VAGAS LIMITADAS"

Devido à complexidade e dificuldade de assimilação dos temas, os cursos terão um máximo de 08 (oito) participantes por sala. As inscrições estarão abertas durante a próxima semana.

TEMAS ABORDADOS:

TEMA 1 - Como se enche as fôrmas de gelo. (Passo a Passo, com apresentação de slides).

TEMA 2 - O rolo de papel higiênico: será que nasce no porta-rolo? (Mesa redonda)

TEMA 3 - É possível urinar levantando a tampa e sem respingar no vaso? (Práticas em grupo)

TEMA 4 - Diferenças fundamentais entre o cesto de roupa suja e o chão. (Desenhos e gráficos esclarecedores)

TEMA 5 - A louça do almoço: levita sozinha até a pia? (Exemplos em vídeo)

TEMA 6 - Perde-se a identidade se não tiver na mão o controle remoto? (Debate com um psicólogo)

TEMA 7 - Fazer a mala: incompetência nata ou incapacidade mental progressiva? (Iniciação lúdica)

TEMA 8 - Como aprender a encontrar coisas, começando por procurar no lugar certo em vez de remexer a casa toda aos gritos? (Passo a passo e exercícios de memorização)

TEMA 9 - Oferecer flores à esposa ou namorada não é prejudicial à saúde.(Gráficos e montagem audiovisual)

TEMA 10 - Os verdadeiros homens também pedem orientações a estranhos quando se perdem. (Depoimentos verídicos de comprovados machos e conferência)

TEMA 11 - O homem no lugar de co-piloto: é geneticamente possível não dar compulsivamente palpites durante as manobras de estacionamento! (Palestra e meditação em grupo)

TEMA 12 - Aprendendo a viver: diferenças básicas entre mãe e esposa. (Aula virtual com prática presencial)

TEMA 13 - Como ser acompanhantes em shoppings, sem protestar. (Exercícios de relaxamento e autocontrole)

TEMA 14 - Como pensar com a cabeça de cima. (Apresentação de slides mostrando onde ficam os neurônios)

TEMA 15 - Como lutar contra a atrofia cerebral: recordar aniversários, outras datas importantes e telefonar quando se atrasa.(Dinâmica em grupo)

Observação: Talvez sejam necessárias aulas extras de reforço pois os alunos normalmente apresentam enorme dificuldade em assimilar alguns (na verdade, quase todos) dos tópicos acima citados.

Encerramento do curso e entrega de diplomas aos sobreviventes


INSCRIÇÕES ABERTAS SOMENTE AOS HOMENS, FILHOS E SIMPATIZANTES (pois as mulheres já nasceram graduadas)


(Imagem: martinhatigresablog.blogspot.com)

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Aquela Canção


Naquele dia eu queria escutar.
Isso acontecia de tempos em tempos.
E aquela baladinha antiga, que só tocava no lado B do LP, estava arranhada.
Entristeci.
Naquele dia eu precisava escutar.
Isso também acontecia de tempos em tempos.
E havia um ritual solene para aquela música "acontecer".
Sim, ela acontecia, não tocava simplesmente.
Então, eu fechava os olhos molhados e tentava alcançar os ruídos que a agulha fazia ao reproduzir aquela canção.
Só que naquele dia, os sons da minha memória não conseguiam ser audíveis.
E o que fazer com o toca-discos? Porque não podia ser qualquer radiola para aquela baladinha antiga.
Busquei base de madeira nobre, agulha elíptica.
Tudo permitia uma leitura mais precisa, uma reprodução sonora superior.
Só que naquele dia, eu não podia mais escutar.

Lisiane Forte

http://esferadaalma.blogspot.com.br/2014/01/aquela-cancao.html?m=1



Despedida - Fabrício Carpinejar

"Adeus, meu amor, logo nos desconheceremos. Mudaremos os cabelos, amansaremos as feições, apagarei seus gostos e suas músicas. Vamos envelhecer pelas mãos. Não andarei segurando os bolsos de trás de suas calças. Tropeçarei sozinho em meus suspiros, procurando me equilibrar perto das paredes. Esquecerei suas taras, suas vontades, os segredos de família. Riscarei o nosso trajeto do mapa. Farei amizade com seus inimigos. Sua bolsa não se derramará sobre a cadeira. Não poderei me gabar da rapidez em abrir seu sutiã. Vou tirar a barba, falar mais baixo, fazer sinal da cruz ao passar por igrejas e cemitérios. Passarei em branco pelos aniversários de meus pais, já que sempre me avisava. O mar cobrirá o desenho das quadras no inverno. As pombas sentirão mais fome nas praças. Perderei a seqüência de sua manhã - você colocava os brincos por último. Meus dias serão mais curtos sem seus ouvidos. Não acharei minha esperança nas gavetas das meias. Seus dentes estarão mais colados, mais trincados, menos soltos pela língua. Ficarei com raiva de seu conformismo. Perderei o tempo de sua risada. A dor será uma amizade fiel e estranha. Não perceberei seus quilos a mais, seus quilos a menos, sua vontade de nadar na cama ao se espreguiçar. Vou cumprimentá-la com as sobrancelhas e não terei apetite para dizer coisa alguma. Não olharei para trás, para não prometer a volta. Não olharei para os lados, para não ameaçá-la com a dúvida. Adeus, meu amor, a vida não nos pretende eternos. Haverá a sensação de residir numa cidade extinta, de cuidar dos escombros para levantar a nova casa. Adeus, meu amor. Não faremos mais briga em supermercado, nem festa ao comprar um livro. Não puxaremos assunto com os garçons. Não receberemos elogios de estranhos sobre nossas afinidades. Não tocaremos os pés de madrugada. Não tocaremos os braços nos filmes. Não trocaremos de lado ao acordar. Não dividiremos o jornal em cadernos. Não olharemos as vitrines em busca de presentes. O celular permanecerá desligado. Nunca descobriremos ao certo o que nos impediu, quem desistiu primeiro, quem não teve paciência de compreender. Só os ossos têm paciência, meu amor, não a carne, com ânsias de se completar. Não encontrará vestígios de minha passagem no futuro. Abandonará de repente meu telefone. Na primeira recaída, procurará o número na agenda. Não estava em sua agenda. Não se anota amores na agenda. Na segunda recaída, perguntará o que faço aos conhecidos. As demais recaídas serão como soluços depois de tomar muita água. Adeus, meu amor. Terá filhos com outros homens. Terá insônia com outros homens. Desviará de assunto ao escutar meu nome. Adeus, meu amor."


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Case-se com uma mulher que...



Difícil mesmo é sambar a dois. Afinar o ritmo, o compasso, o contratempo daquela melodia que se espera ser dançada pela vida inteira. Ainda mais complicado é definir quem tirar pra dançar. Ela vai ser seu primeiro sorriso pela manhã e seu último olhar de doçura antes de dormir. É com ela que você vai dividir os dias, os anseios, receios, as vitórias, derrotas e bem possivelmente, num futuro próximo, os genes. Dela, serão seus cafés da manhã regados a iogurte com cereais e pão francês, como também as viagens de fim de semana para um lugar aconchegante qualquer. As mãos dela serão o alicerce rumo a mais uma etapa sensacional na sua vida: o felizes para sempre (ou pela breve infinidade do sentimento). Mais do que sua parceira, ela precisa ser a sua melhor escolha. Mais do que companhia, ela precisa ser conforto, morada e paz, pra vida e para o coração.

Por isso, case-se com alguém que seja a sua maior torcida no futebol de sábado, no trabalho, na vida. Que vista a camisa do time, calce as chuteiras, entre no jogo ou simplesmente esteja preparada para recebê-lo no vestiário com o beijo mais acolhedor do mundo depois daquele cartão vermelho. Alguém que entenda o quão sagrada e preciosa é aquela cerveja com os amigos e o videogame de domingo a tarde. Uma pessoa que saiba cuidar e que ao mesmo tempo entende que regar demais a flor também maltrata o jardim.

Case-se com alguém que saiba dizer não, porque o respeito à individualidade e ao livre arbítrio do outro é o lençol que cobre a cama de sorrisos todas as noites antes de dormir. Que seja serenidade e calor nas manhãs de domingo. Que seja saudade e desassossego no momento da mais absoluta ausência.

Escolha uma mulher que saiba sorrir com você, de você e para você. Que aponte o caminho mais do que o erro e seja bússola quando faltar o norte. Eleja para o resto da vida aquela dotada da mais ardente coragem, seja para abandonar certas travessias, hábitos, rotinas, seja para peregrinar cada vez mais fundo em cada uma delas.

Opte por uma companheira que saiba reconhecer sua tentativa desastrada de cozinhar durante a crise de TPM dela e que seja disposta a eventualmente te acompanhar nos seus desatinos em série, como aquela corrida de kart com os amigos ou aquela trilha na montanha.

Case-se com alguém que diga sim não só ao que você tem de melhor, mas que saiba amar cada metade torta das suas falhas e defeitos (incluindo sua mania recorrente de deixar a toalha molhada em cima da cama). Escolha alguém que esteja inteiramente com você “apesar de”, porque fácil mesmo é se enlaçar por um olhar, um sorriso, um corpo escultural – o difícil é entender que em todo paraíso existe um pouco de tormenta. O que me leva a um ponto de suma importância: case-se com alguém que saiba ceder a uma discussão no momento certo. No amor vence quem sabe perder. Perder o orgulho, a vez, a discussão delimita a batalha de uma guerra em que os dois saem ganhando. Escolha alguém que não desista de você.

Abrace para o resto da vida a menina bailarina que exime o parceiro da liderança da valsa. Que se dispõe a guiar junto com você essa dança louca que é o amor, de pés no chão pra sentir a vibração do palco, o calor da plateia e as mãos bem dadas fluindo no tom da canção.

E talvez as palavras mais sinceras que eu poderia dizer seriam, case-se com a sua melhor amiga, a parceria das suas risadas mais gostosas. No fim de tudo, quando faltarem forças, palavras, a barba branquear, o cabelo ralear, quando a imagem do espelho não for mais a mesma, é a amizade que vai importar, que vai sustentar o edifício quando a estrutura do concreto esmorecer. É o quanto vocês conseguem dizer um para o outro muitas vezes sem se tocar, apenas ali no silêncio de um olhar, que vai garantir a solidez dos próximos capítulos desse livro.


Acontece que amor não tem pré-requisito, carta marcada, currículo e muito menos se fundamenta em uma lista de características. Minimizar os pontos de crise é bom e evita um bocado de dor de cabeça, mas se a pessoa que você escolher passar o resto da vida não apresentar o mínimo daquilo que você procura, que exista carinho suficiente para cativar e ser cativado. Fundamental mesmo é o amor. Então se case com a mulher que preencher de permanência seu coração. Determinadas clarezas só a alma da gente é capaz de dizer.


Imagens e texto: http://www.casalsemvergonha.com.br

domingo, 5 de janeiro de 2014

Saudade - Pablo Neruda

“Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.


O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.”

Imagem: amorartepoesia.blogspot.com

AMIZADE - Autor desconhecido

A amizade consegue ser tão complexa...
Deixa uns desanimados, outros bem felizes...
É a alimentação dos fracos
É o reino dos fortes

Faz-nos cometer erros
Os fracos deixam se ir abaixo
Os fortes erguem sempre a cabeça
os assim assim assumem-os

Sem pensar conquistamos
O mundo geral
e construimos o nosso pequeno lugar
deixando brilhar cada estrelinha

Estrelinhas...
Doces, sensiveis, frias, ternurentas...
Mas sempre presentes em qualquer parte
Os donos da Amizade...



Imagem: www.mensagenscomamor.com

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Dar um Tempo - Fabrício Carpinejar

Não conheço algo mais irritante do que dar um tempo, para quem pede e para quem recebe. O casal lembra um amontoado de papéis colados. Papéis presos. Tentar desdobrar uma carta molhada é difícil. Ela rasga nos vincos. Tentar sair de um passado sem arranhar é tão difícil quanto. Vai rasgar de qualquer jeito, porque envolve expectativa e uma boa dose de suspense. Os pratos vão quebrar, haverá choro, dor de cotovelo, ciúme, inveja, ódio. É natural explodir. Não é possível arrumar a gravata ou pintar o rosto quando se briga. Não se fica bonito, o rosto incha com ou sem lágrimas. Dar um tempo é se reprimir, supor que se sai e se entra em uma vida com indiferença, sem levar ou deixar algo. Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer. Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.

Dar um tempo é igual a praguejar "desapareça da minha frente". É despejar, escorraçar, dispensar. Não há delicadeza. Aspira ao cinismo. É um jeito educado de faltar com a educação. Dar um tempo não deveria existir porque não se deu a eternidade antes. Quando se dá um tempo é que não há mais tempo para dar, já se gastou o tempo com a possibilidade de um novo romance. Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou. E amor não é consulta, não é terapia, para se controlar o tempo. Quem conta beijos e olha o relógio insistentemente não estava vivo para dar tempo. Deveria dar distância, tempo não. Tempo se consome, se acaba, não é mercadoria, não é corpo. Tempo se esgota, como um pássaro lambe as asas e bebe o ar que sobrou de seu vôo. Qualquer um odeia eufemismo, compaixão, piedade tola. Odeia ser enganado com sinônimos e atenuantes. Odeia ser abafado, sonegado, traído por um termo. Que seja a mais dura palavra, nunca dar um tempo. Dar um tempo é uma ilusão que não será promovida a esperança. Dar um tempo é tirar o tempo. Dar um tempo é fingido. Melhor a clareza do que os modos. Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir. Dar um tempo é um tchau que não teve a convicção de um adeus. Dar um tempo não significa nada e é justamente o nada que dói.

Resumir a relação a um ato mecânico dói. Todos dão um tempo e ninguém pretende ser igual a todos nessa hora. Espera-se algo que escape do lugar-comum. Uma frase honesta, autêntica, sublime, ainda que triste. Não se pode dar um tempo, não existe mais coincidência de tempos entre os dois. Dar um tempo é roubar o tempo que foi. Convencionou-se como forma de sair da relação limpo e de banho lavado, sem sinais de violência. Ora, não há maior violência do que dar o tempo. É mandar matar e acreditar que não se sujou as mãos. É compatível em maldade com "quero continuar sendo teu amigo". O que se adia não será cumprido depois.


(do livro "O amor esquece de começar")

Imagem: namorandoecia.blogspot.com