Deus fala a nossa língua!
Era manhã do dia 20 de março, véspera do meu aniversário. Acordei lutando contra a tristeza por não receber a ligação de parabéns do meu amado pai. Foi o primeiro aniversário sem ele. Orei pedindo ao Senhor que Ele me telefonasse e me desse um presente como meu Pai.
No dia seguinte, fomos ao culto, e a pregação era sobre a metamorfose humana, associando as fases de uma borboleta. Parecia que a história da minha vida tinha virado um tema a ser meditado. Um ano antes do meu pai falecer, Deus me pediu um tempo de pausa. Parei com todos os meus compromissos e vivi 369 dias buscando ser fiel ao que me foi pedido.
Quando considerei que o tempo difícil estava terminando, iniciaria outro, que talvez foi o pior de toda a minha vida: perder um grande amigo, meu pai. Conheci de perto nessas duas fases a humilhação, a rejeição, o abandono, o silêncio, as privações, as provações, a dor da saudade e muitas outras formas que podemos chamar de “deserto”, a fase da dor e das lágrimas.
Aí está a explicação porque me identifiquei tanto com a fase difícil da borboleta. Lembro que em cada etapa da vida desta espécie, eu trazia à memória momentos que vivi. Ao término do culto, falei com o pregador: “David, não quero ser egoísta, mas recebo essa mensagem como um presente de Deus no dia do meu aniversário”. Meu tempo de borboleta está chegando.
No dia seguinte, chego na faculdade, e uma das minhas colegas estava com um brinco de borboleta. Imediatamente, coloquei minhas mãos nele, e disse que receberia como um sinal de Deus para minha vida. Na mesma hora, ela me deu uma carta e um presente. Ao abri-la, para minha surpresa, o papel de carta tinha duas borboletas. Fui para casa chorando, lendo aquelas palavras que tanto me fortaleciam. No trajeto da faculdade até minha casa, só tinha olhos para as mais diversas aparições de borboletas.
No outro dia, uma outra colega de faculdade, propositalmente, me entrega um cartão com uma linda borboleta e um broche que só viu que tinha formato de borboleta após chegar em casa.
Comecei a “prestar atenção” em tudo: vi que a minha agenda de 2010 tem borboletas, que meu caderno de faculdade tem uma borboleta, que a tela principal do meu computador tem uma linda borboleta azul, que na frente da minha carteira de faculdade, tem um anúncio publicitário com uma borboleta.
No dia em que fiz nove anos de Minas Gerais, perguntei para Deus o significado do número nove. Passado alguns dias, recebo um presente de uma cooperadora. Era uma blusa regata com o número nove nas costas e várias borboletas na frente. Junto a blusa, veio uma cartinha que me dizia que o número nove significava conclusão (uma gestação dura 40 semanas, 9 meses – 40 significa um tempo de preparação para uma nova ordem), e que as borboletas representavam o “feio” se tornando “belo”. Fiquei impactada, pois ela não sabia o que estava se passando comigo.
Depois de todas essas experiências e provações, minha cunhada pediu para minha sobrinha de cinco aninhos fazer um desenho para mandar para a “Tia Ju”. Ela foi para o quarto e voltou com um desenho onde tinha três flores, uma mulher e duas borboletas.
E para completar, alguns dias atrás, durante a madrugada, eu estava muito angustiada, tentando dormir. Quando consegui, tive um rápido sonho que mostrava meu celular tocando e quando fui ver quem era, estava escrito no visor bem iluminado: “Criador”, lembra que eu pedi para Deus me telefonar?
Algumas lições:
- Antes de ser borboleta, esta é apenas uma larva.
- Se um dos processos for interrompido, não chegará o tempo da borboleta.
- A sua dor ao sair do casulo trará forças para suas asas voarem.
-A borboleta é a única espécie capaz de atravessar estados, países e continentes.
- A borboleta é a prova de uma verdadeira transformação. Nela nada indica que um dia ela foi uma larva.
“Encurtar o processo, certamente resultará em retrocesso”
Deus fala a nossa língua. Ele presta atenção em nossas palavras. Ele sabe se comunicar conosco. Muitas vezes achamos que apenas situações sobrenaturais nos farão ouvi-lo. Ignoramos o “micro” e nos prendemos ao “macro”. Aguardamos por grandes dias, sem saber que Ele transmite sua mensagem o tempo todo. Deus é simples. Ele é o Maior Comunicador que a humanidade possui. O problema são as formas que criamos. Ele conhece todos os fios que tecem nosso coração. Sua comunicação chega sem ruídos, sem códigos indecifráveis, sem abreviações.
“Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.” (Jeremias 33.3)
::Juliana Leão
Kelvin e Juliana Leão são casados e fundadores da Rede Sunergos, uma missão que visa, em cooperação multiforme-lateral, buscar, servir e estabelecer o Reino. Atualmente servindo em Curitiba, Minas e Nordeste.
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